Em constelação familiar o que mais se fala é sobre tomar os pais.
O que significa “tomar nossos pais” e por que é importante?
Nas constelações, usamos esse termo para significar uma aceitação interna, uma integração profunda com os nossos pais, dentro de nós, exatamente como eles são e foram.
Essa tomada vai além de apenas “aceitar” nossos pais, que é uma atitude mental que na verdade nos faz sentir superiores àqueles que aceitamos.
Precisamos na verdade, é deixar que a vida flua através dos nossos pais e para nós, pois quando conseguimos realizar esse movimento de cura, nos alinhamos com a própria vida.
Para algumas pessoas, tomar seus pais é fácil de imaginar, enquanto para outras pode parecer algo inacessível. Mesmo porque em alguns casos algumas pessoas pensarão: como posso abraçar as pessoas que me machucaram tanto?
Melhorando o vínculo e relacionamento com seus pais
É algo comum haver em nós, uma criança ferida, que pode ter se sentido ignorada, negligenciada, abusada, sufocada, abandonada, etc, e que deseja se proteger da dor rejeitando nossos pais.
Mas o processo de cura pode começar quando, apesar das feridas, nosso desejo de curar é mais forte do que nossa raiva, quando estamos abertos para a possibilidade de ver nossos pais por meio de um olhar diferente, mais suave, mais amplo.
Ao mesmo tempo, nós mesmos podemos nos tornar os pais internos para essa parte de nós mesmos, podemos ser o adulto que nutre e cuida amorosamente da nossa criança interior e suas necessidades.
Nas Constelações Familiares, entramos em outra esfera, a esfera da alma.
Nesse nível mais profundo e também oculto, nos deparamos com as dinâmicas subconscientes que não somos capazes de perceber na vida cotidiana.
Muitas vezes me deparo com uma pessoa que carrega uma mágoa consigo e apesar disso, procura manter uma imagem discreta mas falsamente tranquila. Mas durante a constelação algo completamente diferente vem à tona.
Às vezes, há um profundo anseio por eles, ou um desejo de salvá-los e assumir seus fardos, ou repetir seu destino, ou tantos outros emaranhamentos que podem surgir.
Tomar os pais é livrar-se dos emaranhamentos
“Toda criança ama seus pais, independentemente de como eles são. As crianças se sentem seguras com alguém que deseja ajudá-las, quando essa pessoa ama e respeita os pais que elas carregam dentro de si.” (Bert Hellinger)
Podemos percorrer várias linhas de estudo em filosofia, religião e comportamento, mas enquanto não tomamos nossos pais não estamos completamente presentes em nossa vida, em nossa família atual, em nossos projetos, etc., porque parte de nossa energia está fixada no emaranhamento.
Alguns comportamentos que são consequências de rejeitar nossos pais:
- – Não ser capaz de se satisfazer com a vida, não importa o quê.
- – Sentir-se sem apoio e sozinho.
- – Buscar constantemente algo externo (e ficar insatisfeito com isso depois de um tempo).
- – Depressão e distimia.
- – Falta de autoestima, sentir-se indigno, incapacidade de nos amar como somos.
- – Faltar força para enfrentar as dificuldades que surgem no nosso caminho.
- – Incapacidade de manifestar nossos projetos.
- – Sentimento de vazio, um vazio existencial interior.
- – Comportamentos viciantes.
- – Relacionamentos insatisfatórios (buscando inconscientemente que o parceiro nos dê o que não recebemos dos pais).
- – Sentir-se desconectado da vida, dos outros.
- – Sentindo insegurança.
- – Dificuldade em confiar (na vida, nos outros).
- – Incapacidade de criar vínculos duradouros, nutritivos e conectados com os outros.
“Somente quando estamos em sintonia com o nosso destino, com os nossos pais, com a nossa origem e tomamos o nosso lugar, temos a força”. (Bert Hellinger)
Agora feche os seus olhos e diga para si mesmo:
“Eu sou filho(a) de [o nome dos seus pais].
Que sentimento vem à tona quando você diz isso ou quando você os imagina à sua frente?
Este é um exercício sistêmico que deveria ser feito pelo resto da vida.
Transformar a imagem interna de seus pais e as emoções que surgem quando você pensa neles é um dos processos mais afirmativos da vida que você pode fazer em sua jornada de cura.
O caminho sempre esteve e sempre estará aí, à sua frente. Cabe a você caminhar.
O que está envolvido em tomar seus pais:
- – Aceitá-los como eles são.
- – Sentir que eles são os certos para você.
- – Reconhecer a grandeza deles pelo simples fato de terem lhe dado a vida.
- – Se ver como a criança, a pequena em comparação.
- – Respeitá-los e seu destino.
- – Aceitar o que veio para você através deles.
- – Deixar de esperar que eles tivessem lhe dado mais do que puderam dar.
- – Vê-los juntos em você.
- – Deixar o que pertence a eles com eles e não assumir para querer salvá-los.
- – Sentir que você tem a bênção e a permissão deles para viver sua própria vida e fazê-lo de maneira diferente da maneira como eles viveram a deles.
Você está pronto para começar a jornada de trazer seus pais para o seu coração?
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E se você achou este texto valioso e esclarecedor, sinta-se bem em compartilhá-lo. Pode ser exatamente o que alguém precisa ler para começar sua jornada de cura em relação aos pais.
Leandro Raiser
Terapeuta, facilitador de constelações familiares.