Constelação Familiar é uma técnica terapêutica desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger na década de 1990. Hellinger, que foi missionário católico, estudou psicanálise, terapia gestalt e psicoterapia primal, entre outras abordagens terapêuticas, antes de desenvolver sua própria técnica.
As Constelações Familiares se baseiam na ideia de que os problemas pessoais e emocionais de um indivíduo muitas vezes têm raízes em dinâmicas familiares inconscientes. Essas dinâmicas podem incluir lealdades ocultas, exclusões, segredos e traumas passados que afetam a saúde emocional e mental dos membros da família.
Ordens do Amor
A constelação familiar, também chamada de constelação ou terapia sistêmica, tem como base três pilares essenciais: pertencimento, hierarquia e equilíbrio. A estes pilares Bert Hellinger chamou de Ordens do Amor.
O pertencimento trata do reconhecimento e integração de todas as pessoas da família, afirmando o direito de cada indivíduo de pertencer e ser reconhecido.
Já a hierarquia se refere à importância de respeitar e compreender os mais velhos e aqueles que vieram antes de nós, reconhecendo a história e a experiência que cada um carrega consigo.
Por fim, o equilíbrio entre dar e receber é fundamental para que as relações familiares sejam saudáveis e harmoniosas.
Além de serem usadas como terapia e ajuda a conflitos pessoais, as constelações também podem ser aplicadas em diversos contextos, como empresas e instituições, ajudando a promover a harmonia e o equilíbrio nas relações entre os indivíduos.
Os benefícios relatados por pessoas que fizeram constelações familiares incluem um aumento na compreensão dos relacionamentos familiares, alívio emocional e um senso de conexão mais profundo com os membros da família. Muitos clientes relatam uma maior sensação de paz e satisfação na vida após uma sessão bem-sucedida.
Como funciona uma sessão de constelação familiar?
Uma sessão de constelação familiar começa com uma breve entrevista com o cliente, na qual o terapeuta se familiariza com os principais problemas e questões emocionais que o cliente está enfrentando. O terapeuta também faz perguntas sobre a dinâmica familiar do cliente e sua história de vida para ajudar a entender melhor o contexto familiar.
Em seguida, o cliente escolhe um tema ou questão a ser trabalhada na sessão. Pode ser um problema atual de relacionamento, uma doença, um padrão de comportamento que se repete ou qualquer outra questão que esteja causando desconforto emocional.
O terapeuta conta com representantes para cada pessoa envolvida na questão ou problema que será trabalhado. Os representantes podem ser outros participantes da sessão ou bonecos e objetos simbólicos que representam cada pessoa, no caso de constelação individual.
O terapeuta então deixa que os representantes ocupem o espaço (chamado de campo morfogenético) de acordo com a percepção do cliente sobre a dinâmica familiar.
Em seguida, começa a observar nos representantes o movimento e sentimentos que surgem durante a sessão.
À medida que a dinâmica se desenrola, o terapeuta faz intervenções para ajudar o cliente a ver a situação de uma perspectiva mais ampla e profunda.
Ao final da sessão, o terapeuta trabalha com o cliente para integrar os insights e percepções obtidos na sessão e ajudá-lo a encontrar maneiras práticas de aplicar esses insights em sua vida cotidiana.
Cada sessão de constelação familiar é única e o processo pode variar dependendo do terapeuta e da situação do cliente. Em geral, no entanto, o processo envolve a exploração das dinâmicas familiares inconscientes e a liberação de padrões emocionais que podem estar causando problemas na vida do cliente.
Nossa saúde, nossas relações amorosas, nosso trabalho e dinheiro, tudo sofre impacto do nosso sistema familiar.
A constelação é capaz de tratar qualquer área da vida de uma pessoa, desde os próprios relacionamentos familiares, como também amorosos, financeiros, profissionais, saúde, traumas, emoções, entre outros problemas que a afete.
A constelação familiar busca a reconciliação com todos os antepassados e também suas questões excluídas (dinheiro, poder, amor, etc.) para que enfim, nós não precisemos repetir padrões de sofrimento e escassez.
Ao perceber esses conflitos durante a constelação por meio dos representantes que estão no campo, você se torna mais consciente de seus padrões de comportamento e relacionamentos, o que lhe permite fazer escolhas mais saudáveis e construtivas em sua vida.
Todas as pessoas que buscam por solução nos mais diversos desafios, que querem re-significar o passado e melhorar o fluxo energético das relações podem fazer a constelação e sentir em prática os benefícios dessa ferramenta.
A Constelação Familiar é uma religião?
Na constelação familiar, a crença não é o elemento central do trabalho terapêutico. Embora algumas pessoas possam associar erroneamente essa técnica a uma religião ou a alguma crença espiritual específica, o objetivo da constelação é entender e trabalhar as dinâmicas familiares que afetam a vida do indivíduo.
O terapeuta não busca impor suas crenças ou valores pessoais sobre a vida dos clientes, mas sim ajudá-los a identificar e transformar os padrões inconscientes de comportamento e pensamento que podem estar afetando negativamente sua vida.
A constelação familiar é uma abordagem terapêutica com base fenomenológica que considera o sistema familiar como um todo e busca entender como as dinâmicas e padrões presentes nesse sistema podem estar influenciando a vida dos indivíduos. É por isso que, em uma constelação, o trabalho é feito com o sistema familiar como um todo, e não apenas com o indivíduo que está buscando ajuda.
Dessa forma, a constelação não se limita a um contexto religioso ou espiritual, mas sim a uma abordagem terapêutica que pode ser aplicada em qualquer contexto, independentemente das crenças ou valores pessoais do indivíduo ou do terapeuta.
Qualquer pessoa pode aplicar as Constelações em sua vida e para ajudar outras pessoas
Bert Hellinger diz: “só podemos dar aquilo que temos“. Essa é uma verdade fundamental na terapia das constelações. Por isso Bert introduziu o conceito das “Ordens da Vida“, que se referem a certas leis que governam os sistemas familiares.
Ao estudar e aplicar essas ordens em nossas vidas, experimentamos uma cura profunda e transformadora, tanto para nós mesmos quanto para aqueles com quem trabalhamos como terapeutas. Isso ocorre porque, como membros de um sistema familiar, todos estamos conectados uns aos outros e nossos traumas e feridas individuais afetam não apenas a nós mesmos, mas também aqueles ao nosso redor.
Qualquer pessoa pode utilizar esta ciência dos relacionamentos e seus recursos para assuntos do cotidiano: pais, professores, advogados, médicos, servidores públicos, empresários, etc. Então é certo que estudar constelações não é apenas para consteladores e terapeutas, mas para qualquer pessoa que se interesse por esta abordagem.