O papel de vítima sob o olhar das constelações familiares

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Todos nós pertencemos e temos um lugar único em nosso sistema familiar e este lugar não pode ser ocupado por nenhuma outra pessoa.

Aí está a causa de muitos problemas: quando ocupamos um lugar que não é nosso, tentando substituir outra pessoa, acontece uma violação da ordem da hierarquia e que causa diversas dificuldades para nós..

Um exemplo disso é dado por Bert Hellinger no livro Ordens do amor: “Quando um filho se arroga o direito de saber e julgar o que se passa entre os pais, ele se coloca acima deles.”

Hellinger fala também da necessidade de compensação que podemos sentir em relação ao que aconteceu em nosso sistema familiar: 

“Em razão dessa necessidade, se uma pessoa foi infeliz, uma outra também quer ser infeliz; se uma ficou doente ou se sente culpada, uma outra, saudável ou inocente, também fica doente ou se sente culpada; e se uma morreu, outra, próxima a ela, também deseja morrer.”

Mas tudo isso acontece de maneira inconsciente e faz com que a pessoa saia de seu lugar sem mesmo se dar conta disso.

É ali que entra a constelação: ela mostra o que está oculto e que não poderia ser descoberto de outra maneira. 

Também é por isso que não se faz necessário uma conversa prévia com o cliente que vem constelar algum assunto seu – pois como a pessoa não conhece as dinâmicas ocultas e lealdades invisíveis nas quais está envolvida, é impossível ela falar algo relevante que leve à solução de alguma questão.

É preciso querer olhar para o seu sistema familiar

Com a constelação podemos ver a realidade como ela é. É isso que nos permite viver uma vida com mais leveza, liberdade e maturidade.

Mas quem se recusa a ver isso não tem resultados com a constelação porque continua fora de seu lugar e muitas vezes também no papel de vítima. Assim, os problemas e dificuldades continuam a se repetir pois nenhum movimento é feito.

É por isso que a constelação não pode ajudar quem quer permanecer em um papel de vítima: quem insiste nesse lugar não quer ver a verdade e sem a verdade é impossível existir um movimento na direção de uma solução.

A constelação familiar propõe sempre uma solução simples – mas requer da pessoa que a procura uma aceitação total dos acontecimentos, assim como eles foram. 

Quando quem é constelado olha para isso com respeito e assume o seu lugar, então libera a si mesmo e as seus descendentes destes emaranhamentos.

Como sair do papel de vítima?

Sair do papel de vítima é um processo que pode ser desafiador, mas é possível com a ajuda da constelação familiar. Em muitos casos, a pessoa que se sente vítima pode estar presa em padrões familiares disfuncionais, onde um membro da família é colocado em um papel de vítima e outros em papéis de opressor ou salvador.

A constelação familiar pode então ajudar a pessoa a identificar esses padrões e encontrar maneiras de sair desse papel.

Uma das primeiras coisas que podem ser feitas é trabalhar na identificação dos sentimentos e emoções relacionados ao papel de vítima, tais como raiva, medo, ressentimento e tristeza. Tudo se mostra no campo.

Em seguida, é preciso olhar para a família e as relações familiares para compreender como esses sentimentos e emoções se originaram. 

A constelação familiar pode ajudar a pessoa a entender as dinâmicas familiares que contribuíram para a adoção desse papel.

A constelação familiar pode, dessa forma, ajudar a pessoa a se reconectar com sua própria essência e propósito de vida, permitindo que ela viva de acordo com suas próprias necessidades e desejos, em vez de ser controlada por padrões familiares disfuncionais.

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